☆... Aprendi a encontrar nas palavras aquilo que não procuro em mais lado
nenhum. Aprendi a saboreá-las, a deixa-las correr-me pelos dedos e marca-las no papel. Aprendi a voar nas letras e a pousar nos sinais de
pontuação. Aprendi porque o acho possível. E quantas vezes escrever aqui
ou em restos de papel rasgado não é a melhor maneira de me ouvir sem
ter de falar na realidade. Porque escrever é falar no silêncio. É voar
pelos cantos da alma e prendermos-nos a um deles. É sonhar com os
pés no chão, e descrever tudo o que não é, como sendo bonito ou algo
bom. É procurar as palavras e encontra-las nos sítios mais estranhos,
nas imagens sem cor, ou nas músicas sem letra. É tocar no amor porque
ele se deixa caber nelas. Escrever é tocar nas outras almas de leve
sem ser preciso um movimento. É deixarmos de ser nós, para nos
multiplicarmos em tantas outros, e mesmo assim deixarmos-nos sempre em
rastros. É fecharmos os olhos para nos imaginar noutro local.
Escrever é
isto. De uma beleza sem nome. Porque de tantos nomes ter se
confunde e mistura. Mas é bom. É sempre bom. Porque deixa marcas,
deixa-nos as palavras no coração e as sensações na ponta dos dedos.
Porque quem escreve quando se lê a si, sabe exactamente o que sentia
quando o escreveu, onde escreveu e o que isso talvez lhe doeu. Porque
lhe pertence..as palavras..as sensações..o coração.
E foi assim. Comecei
a refugiar-me nelas para me encontrar. Comecei a proteger as palavras e
a gostar de o fazer. Comecei a dar-lhes vida e a viver delas. E talvez
esta tenha sido a minha maneira, e a melhor maneira de me ver crescer. ...☆
ღ ☆ Ƒeita de Ϛoisas ♥ ☆
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