O fundo da “Porta”
BRASIL, O PAÍS DO FUTURO… DO PRETÉRITO!
Hoje lembrei quando na escola, nas aulas de português, aprendíamos
sobre tempos verbais e como conjugar os verbos em cada modalidade.
Lembro-me especificamente do “futuro do presente” e do “futuro do
pretérito”, ou futuro do “rico” e futuro do “pobre”, como ensinava minha
professora. A didática era perfeita. O entendimento era fácil. O futuro
do “rico” (presente), é aquele que o indivíduo alcança tudo que almeja:
farei, comprarei, serei. Já o do “pobre” (pretérito), o coitado que
nunca chega lá: faria, compraria, seria.
A diferença era clara entre aquele indivíduo que tinha metas,
objetivos e as alcançaria, ou melhor, as alcançará – o indivíduo “futuro
do presente”, e aquele indivíduo que é cheio de condicionantes, de
“porém” – o indivíduo “futuro do pretérito”. Ainda na escola, agora nas
aulas de história e geografia, ao mesmo tempo em que víamos como
construímos nosso país, discutíamos sobre onde chegaríamos. Como será o
Brasil daqui há alguns anos? Será o país do futuro, a nova potencia
mundial, um país repleto de riquezas naturais, com potencial para
indústria de todos os gêneros, com povo acolhedor e batalhador!
Bom, parece que o futuro chegou. Aquele dos livros, das discussões, dos anseios. Mas aí me pergunto: que futuro é esse que chegou para nós? Futuro? Tem certeza?
Futuro em um país onde os sistemas não funcionam: a saúde – pública
ou privada; a educação – fundamental, média e superior; a segurança-
municipal, estadual, federal; os transportes – coletivos, individuais,
terrestres, aéreos; os serviços – públicos, privados, diários,
fundamentais; a política – partidária, apartidária, por interesses etc.?
Futuro em um país onde, ao sair de casa, nos deparamos com cidades
imóveis, inertes, pelo simples fato de não haver nenhuma preocupação nem
investimento em planejamento urbano, mobilidade, transporte público,
educação e civilidade, limpeza, saneamento, condições para habitar-se,
para viver?
Futuro em um país onde “suportamos” eternamente políticos medíocres,
bandidos, ladrões, que agem em benefício próprio, que se movem à surdina
para aumentar salários, comissões, verbas, auxílios, mas não lutam,
discutem ou propõem mudanças, aquelas que falei acima e que
transformariam o jeito de se viver aqui?
Futuro em um país onde trabalhamos quatro meses do ano apenas para
pagar impostos, e esses nem transparentes e claros são, pois não temos o
direito de saber quanto está embutido nos bens que consumimos, nos
serviços que adquirimos, no trabalho que prestamos?
Futuro em um país onde esses impostos deveriam ser a base para tantos
outros serviços que deveríamos receber “gratuitamente”? Entre aspas
porque de gratuito não tem nada, já que os bancamos com quatro meses de
nosso suor.
Futuro em um país onde é preciso pagar planos privados de saúde,
escolas e faculdades particulares etc. E que ainda assim são prestados
de forma descompromissada, desrespeitando diversas leis e diretrizes,
até o ponto de termos que criar códigos de defesa para garantir a
execução daquilo que foi contratado?
Futuro em um país onde mal temos o direito de reclamar e buscar os
“direitos” enquanto consumidor, cidadão, usuário, contribuinte, já que
as instituições que deveriam criar, reger e defender as leis do povo –
judiciário, legislativo e executivo, são mais um dos muitos problemas
existentes no país?
Resumindo, como falar em futuro em um país onde não há como indignar-se todos os dias do levantar-se ao deitar-se?
O pior de tudo é saber que fomos e somos nós que construímos esse
país, que construímos esse futuro. Mas infelizmente é um futuro que já
chega “velho”, que já chega “pobre”, que nunca alcançará as metas e os
objetivos de todos, pois nunca se torna PRESENTE aquilo que já nasce
PRETÉRITO.
(...)
João Carlos de Melo Silva .¨.
Professor de Administração e Marketing
Congressista Palestrante do Grupo Unopar
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Rio de Janeiro — Brasil
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21-9664-1655
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Observação:
Esse foi um comentário postado no Radar Online-Veja, onde noticiou
sobre Luciano Hulk investir no "Porta dos Fundos" .... (Reflita sobre
isso!)
Observação 2: Esse texto-comentário me representa!!!
.