☆... Segundo os poemas sagrados que contam das nossas origens, eu fui ღ ☆ Ƒeita de Ϛoisas ♥ ☆ bem deste mundo: a terra, a água , o vento. E acredito que sim, pois eu amo essas coisas. Amo a terra, amo o vento, amo a água e me sinto feliz no meio delas minhas irmãs, continuação do meu corpo. Não sinto nostalgia dos céus. Assusta-me as sobrehumanas companhias. Quero o barco, a gaivota, o mar, as árvores, o vazio onde
navegam as nuvens, planam as aves, flutuam as pipas, e os seus cheiros, cores, barulhos, gostos, memórias...
Amo também as coisas urbanas. A praça com namorados, velhinhos e crianças. O coreto vazio, cheio de saudades, onde se ouvia a banda tocar. A mesa do bar, sorvete e refresco, conversas sem fim, as falas de amor. O concerto, o teatro, o cemitério. Já notaram como os cemitérios são tranquilos?Os relógios param, respira-se um ar de muitos anos atrás. E as feiras e mercados, derramados de frutas e verduras - que continuam a ter as mesmas cores e cheiros, a despeito da inflação.
Todas essas coisas moram dentro de mim. Acho, inclusive, que nós somos as coisas que moram dentro de nós. Por isso há pessoas que são bonitas. Não pela cara, mas pela exuberância de seu mundo interno...☆
☆☆.... Rubem Alves ....☆☆
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